Logo na entrada do Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, encontramos uma montanha verde, com árvores, musgos, pedras e plantas. Algumas espécies são do Cerrado. Ao seguir por um pequeno caminho de terra, alcançamos um laguinho com peixes. Essa estrutura é a obra Sun of Consciousness. God Blow Thru Me – Love Break Me (Sol da Consciência. Deus sopra através de mim – Amor me quebra), de Precious Okoyomon, artista dos Estados Unidos com ascendência nigeriana.
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A obra faz parte de um dos seis núcleos (ou capítulos, como foram chamados) da 36ª Bienal de São Paulo, que abrirá as portas no sábado (06.09), com criações de 120 artistas e o título Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática. A programação se estenderá à Casa do Povo, na região central, com mais cinco participantes.
Vista da instalação de Precious Okoyomon na 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan / Fundação Bienal
Diferentemente de outros anos, esta edição teve período expositivo estendido e seguirá até janeiro, para poder alcançar férias escolares e atrair maior público. Segundo a organização, nos últimos anos, a Bienal atraiu 700 mil pessoas, em média.
A curadoria geral ficou a cargo de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, que, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta (04.09), ressaltou a importância da beleza e da empatia para superar um processo de desumanização no mundo (o volume 04 da ELLE Decoration Brasil, lançado em junho deste ano, traz uma entrevista exclusiva com o curador).
Obra de Nádia Taquary na Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan / Fundação Bienal
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“O primeiro capítulo da Bienal é uma conexão ao parque, ao solo que nos carrega e para onde voltaremos. É um capítulo que dá boas vindas, nos ensina a escutar frequências do solo, da terra. É sobre pertencimento”, disse Alya Sebti, que integra a equipe curatorial, durante a coletiva.
Instalação de Ana Raylander Mártis dos Anjos cruza três andares da mostra.
Foto: Levi Fanan / Fundação Bienal
No capítulo Gramáticas de insurgências, sobre a luta contra a desumanização e resistência, há a obra A casa de Vovô Bené, da artista Ana Raylander Mártis dos Anjos, que se estende pelos três andares do pavilhão. Para tal, ela criou nove colunas de madeira que vão do piso ao teto e foram envolvidas com diferentes tecidos. A instalação é incrementada com itens da casa do bisavô de Ana, em Minas Gerais. Também presente nos três andares estão tapeçarias da nigeriana Otobong Nkanga, da série Unearthed (Desenterrado), sobre sua investigação a respeito da relação da humanidade com o meio ambiente.
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Distribuídos por todo o pavilhão – que teve expografia com tecidos suspensos, de formas ondulares –, os outros capítulos tratam de questões como interações entre humanos, fenômenos espaço-temporais, diferentes formas de relação com o mundo, transformações, marcas deixadas por deslocamentos e, por fim, a beleza.
36ª Bienal de São Paulo: de 6 de setembro a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Ibirapuera, São Paulo. De terça a sexta e aos domingos, das 10h às 18h, aos sábados, das 10h às 19h. A exposição estará aberta na sua primeira segunda-feira (8.09), das 10h às 18h. Entrada gratuita.
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