9 séries sobre adolescência que abordam o tema com boas reflexões

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Desde que Adolescência estreou na Netflix, no último dia 13 de março, é difícil imaginar outro ponto de partida para falar sobre o tema do que o da série, que impressiona tanto pela filmagem em plano-sequência quanto pela temática atual e assustadora do impacto das redes sociais na formação de um jovem.

Ao longo das últimas décadas, porém, outras boas séries sobre adolescência ajudaram a contar a história da juventude em diversos contextos, épocas e países. Dos dilemas nostálgicos de Anos incríveis, ambientada nos anos 1970, à ousadia de Skins no início dos 2000, passando pelo olhar brasileiro de Confissões de adolescente dos anos 1990 e o choque visual da geração Z em Euphoria de 2020, cada uma dessas produções oferece uma lente única sobre o que significa ser adolescente.

Seja com uma abordagem romântica, cômica ou brutalmente realista, essas séries unem produções e discussões de alta qualidade para tornar ainda mais ampla – e complexa – a reflexão sobre como lidar com as dores e os prazeres de ser jovem. Confira nossa lista a seguir.

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Anos incríveis (1988-1993)

Por que assistir: Ao longo de seis temporadas, acompanhamos o amadurecimento de Kevin Arnold (Fred Savage) entre seus 12 e 17 anos, no subúrbio de uma cidade estadunidense, tendo como pano de fundo todas as transformações sociais e políticas dos Estados Unidos entre o fim dos anos 60 e início dos 70, como a Guerra do Vietnã e o movimento pelos direitos civis.

Mais sobre a série: Anos incríveis conta a história de Kevin, um adolescente de classe média que relembra sua juventude por meio de uma narração de sua versão adulta (voz de Daniel Stern). Ao lado do melhor amigo Paul (Josh Saviano) e do grande amor de infância, Winnie Cooper (Danica McKellar), Kevin enfrenta os desafios da adolescência vivenciados ao longo de acontecimentos históricos da época. Criada por Neal Marlens e Carol Black, a série marcou uma geração e influenciou diversas produções posteriores. Em 2021, ganhou um remake com uma nova perspectiva: a história acompanha Dean Williams, um garoto negro de 12 anos crescendo no Alabama dos anos 1960, mantendo a essência nostálgica da versão original, mas trazendo novas nuances culturais e sociais a partir da perspectiva de uma família negra nos anos 1970.

Dani Valente, Georgiana Góes, Maria Mariana e Deborah Secco
Foto: Reprodução

Confissões de adolescente (1994–1996)

Por que assistir: Um sucesso nacional que retrata a adolescência brasileira nos anos 1990, a série foi pioneira ao abordar, de forma direta e do ponto de vista do adolescente, questões essenciais para a formação nesta idade, como sexo, drogas, amizade, relacionamentos e até aborto. Para os nascidos a partir dos anos 1990, tem ainda o bônus de conhecer uma Deborah Secco em versão teen.

Mais sobre a série: Confissões é baseada no livro homônimo que a atriz e autora Maria Mariana, filha do cineasta Domingos Oliveira, escreveu aos 19 anos, baseada em seus diários. A série foi adaptada para a TV pela própria autora em parceria com Daniel Filho e Euclydes Marinho e acompanha a vida de quatro irmãs adolescentes que vivem com o pai, Paulo (Luis Gustavo), no Rio de Janeiro: Diana (Maria Mariana), de 19 anos, responsável e madura; Bárbara (Georgiana Góes), de 17 anos, aventureira e experiente; Natália (Dani Valente), de 16 anos, sonhadora e insegura; e Carol (Deborah Secco), de 13 anos, rebelde e despojada.

Claire Danes e Jared Leto
Foto: Reprodução

My so-called life/Minha vida de cão (1994-95)

Por que assistir: Série que lançou Claire Danes e Jared Leto, My so-called life ganhou status cult por sua abordagem mais introspectiva e reflexiva de questões adolescentes que giram em torno dos romances, amizades, a descoberta da própria identidade e o relacionamento entre mães e filhas.

Mais sobre a série: Criada por Winnie Holzman e exibida pela ABC, My So-Called Life – no Brasil, Minha vida de cão – acompanha Angela Chase (Claire Danes), uma adolescente de 15 anos, explorando temas como bullying, homossexualidade, virgindade e problemas familiares num tom mais sério e reflexivo. Jared Leto interpreta Jordan Catalano, por quem Angela é apaixonada. A série durou apenas uma temporada, com 19 capítulos, e foi descontinuada sem que a história tivesse um fim.

Skins (2007–2013)

Por que assistir: Se Confissões de adolescente capturou a juventude dos anos 1990 com sensibilidade e descobertas íntimas, Skins escancarou os excessos e a rebeldia dos adolescentes dos anos 2000. Enquanto séries estadunidenses da época, como The O.C. e Gossip Girl, mostravam jovens milionários, Skins mergulhou na realidade sem filtros: festas intermináveis, experimentação com drogas, sexo casual e crises emocionais. A série britânica se destacou ao retratar a juventude de forma crua e sem glamour, apostando em um elenco jovem e inexperiente, tornando tudo ainda mais autêntico.

Mais sobre a série: Exibida entre 25 de janeiro de 2007 e 5 de agosto de 2013, Skins acompanha a vida de um grupo de adolescentes de Bristol, na Inglaterra, que enfrentam desafios pessoais e sociais em meio a festas, descontrole e pouca supervisão dos adultos. A cada duas temporadas, a série apresentava uma nova geração de personagens, refletindo diferentes fases da adolescência.

Sex education (2019–2023)

Por que assistir: Nenhuma aula de educação sexual da escola mais progressista que se tem notícias chega aos pés da eficácia de Sex education em abordar, com humor e didatismo, dúvidas e temas sensíveis ligados à sexualidade adolescente. Aqui, o assunto é realmente o centro da narrativa, numa linha “tudo o que você queria saber sobre sexo quando tinha 15 anos, mas tinha vergonha de perguntar” respondido sem constrangimento algum.

Mais sobre a série: Exibida entre 11 de janeiro de 2019 e 21 de setembro de 2023, Sex education acompanha Otis Milburn (Asa Butterfield), um adolescente socialmente inseguro que, inspirado pela mãe terapeuta sexual (Gillian Anderson), cria uma clínica clandestina na escola para ajudar colegas com suas dúvidas íntimas. A série conquistou público e crítica pela abordagem inclusiva e realista de temas como gênero, identidade e desejo, e pela leveza ao abordar esses temas. Deixou um legado como uma das produções mais autênticas e educativas do gênero.

Euphoria (2019–2022)

Por que assistir: Assim como Skins nos anos 2000, Euphoria rompe com a ideia ingênua de que a adolescência é um período de dramas leves e problemas triviais. A série escancara o lado mais sombrio da Geração Z, explorando vício, sexo, violência e identidade com uma abordagem intensa e estilizada. Para alguns, é um retrato exagerado; para outros, uma representação necessária das ansiedades e excessos de uma geração hiperconectada. Com uma estética marcante e maquiagens icônicas, Euphoria traduz visualmente o caos emocional de seus personagens e se firma como uma das séries mais impactantes dos últimos tempos.

Mais sobre a série: Com terceira temporada prevista para 2026 (e participação da cantora Rosalía confirmada), Euphoria acompanha Rue (Zendaya), uma adolescente viciada em drogas que tenta encontrar seu lugar no mundo enquanto lida com amigos, traumas e relacionamentos. Criada por Sam Levinson e produzida pela HBO, a produção se destaca pela abordagem crua de temas como sexo, violência, saúde mental e uso de drogas, gerando debates sobre a adequação de seu conteúdo para o público jovem. A produção catapultou ainda as carreiras de Hunter Schafer, Jacob Elordi e Sydney Sweeney.

Sintonia (2019–2025)

Por que assistir: Especialmente na primeira temporada – depois eles viram jovens adultos –, Sintonia entra no cotidiano de adolescentes das periferias de São Paulo, explorando três vias que muitos jovens enxergam para seu futuro: o mundo do crime, da música e a religião. A série aborda temas como amizade, lealdade e os desafios enfrentados por quem cresce na quebrada, com uma perspectiva 100% brasileira e representativa de uma boa parcela de adolescentes no Brasil cuja realidade é geralmente ignorada pela dramaturgia.

Mais sobre a série: Lançada em 2019 e com sua quinta e última temporada veiculada em fevereiro de 2025, Sintonia é uma produção brasileira idealizada por KondZilla e exibida pela Netflix. A trama acompanha três amigos de infância que crescem juntos em uma favela de São Paulo: Doni (MC Jottapê), aspirante a cantor de funk; Nando (Christian Malheiros), que se envolve com o tráfico de drogas; e Rita (Bruna Mascarenhas), que busca na igreja evangélica um caminho para sua vida.

Heartstopper (2022–presente)

Por que assistir: Uma comédia romântica adolescente, mas com um diferencial essencial, o protagonismo de um romance gay. A partir daí, todas as etapas da clássica história da menina tímida que se apaixona pelo astro de futebol da escola (ou vice-versa), na versão LGBTQIA+ ganha outros contornos, que passam por questões como o amor homossexual e a homofobia na adolescência, além de anorexia.

Mais sobre a série: Lançada em 2022 pela Netflix, Heartstopper é baseada na graphic novel homônima de Alice Oseman e acompanha Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke), dois garotos britânicos que se conhecem na escola e constroem, aos poucos, um romance cheio de descobertas e inseguranças. A série também explora as amizades e o amadurecimento de um grupo diverso de jovens, abordando identidade de gênero, aceitação e primeiros amores com um olhar sensível.

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Yellowjackets (2021–presente)

Por que assistir: A série explora as relações femininas numa situação extrema, acompanhando tanto as ações, dadas durante a adolescência das personagens, quando as consequências 25 anos depois. Destaque para as interpretações de Christina Ricci e Juliette Lewis, que vivem duas das protagonistas na fase adulta.

Mais sobre a série: Criada por Ashley Lyle e Bart Nickerson, Yellowjackets acompanha um time de futebol feminino do ensino médio que sofre um acidente de avião e fica isolado em uma floresta remota. Enquanto lutam para sobreviver, as jovens formam alianças, enfrentam conflitos e são levadas a ações traumáticas envolvendo canibalismo e sacrifício humano. Paralelamente, a série mostra as sobreviventes décadas mais tarde, tentando seguir com suas vidas enquanto segredos do passado ameaçam vir à tona. A narrativa se divide entre as versões adolescentes e adultas das personagens principais: Shauna (Sophie Nélisse/Melanie Lynskey), Natalie (Sophie Thatcher/Juliette Lewis), Misty (Samantha Hanratty/Christina Ricci) e Taissa (Jasmin Savoy Brown/Tawny Cypress). Alternando entre os dois períodos, a história mistura drama psicológico, suspense e mistério, explorando os impactos duradouros da experiência.