A ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) avalia que o tarifaço imposto pelo presidente americano, Donald Trump, a produtos brasileiros pode impactar a área de pesquisa e desenvolvimento do país, por causa da dependência nas áreas de biologia e tecnologia da informação.
“O tarifaço tem impacto direto e indireto, porque somos muito dependentes, de maneira geral, na área de biológicos, saúde. Na tecnologia da informação é muito relevante”, afirma.
A ministra afirma que o governo estuda medidas para minimizar a dependência e também saídas para o tarifaço. “Estamos vendo dentro da lógica da lei da reciprocidade, que foi aprovada por unanimidade no Congresso”, diz. “Isso mostra que há um sentimento de reação soberana em relação ao ataque que nós estamos sofrendo.”
Santos afirma que foi feita ao presidente Lula sugestão para que as big techs sofram incidência da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). “74% do nosso fundo [FNDCT] vem da Cide. E as big techs não são taxadas pela Cide”, justifica, antes de ressaltar que não há uma decisão do petista em relação ao tema.
A ministra critica a tentativa de intervenção do governo americano sobre política brasileira e avalia que o pano de fundo para os ataques é o papel que o Brics (formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia e China) tem desempenhado na nova ordem mundial.
“Agora, o papel do clã [Bolsonaro] é o mais vergonhoso que possa se ter”, critica. “Os falsos patriotas, na figura do Eduardo Bolsonaro, que tenta salvar a pele do pai [Jair Bolsonaro].”
Luciana Santos também vê impacto nas eleições de 2026, favorecendo o governo Lula. “Acho que há um impacto sim. Sempre que a direita se divide, ajuda nas eleições. E o governo Lula está fazendo muitas entregas.”
A ministra se refere ao fato de o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, ser disputado por governadores de direita, como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Jr. (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás), além do próprio Eduardo Bolsonaro.
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