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Home Educação

As tutoras europeias que educaram a elite do Brasil – 15/01/2025 – Educação

nardel.azu@gmail.com by nardel.azu@gmail.com
janeiro 15, 2025
in Educação
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As tutoras europeias que educaram a elite do Brasil – 15/01/2025 – Educação
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Adelaide Emilia Rutini von Engenschwarz nasceu em 1840, no Principado de Lipa —à época parte da Confederação Germânica. Aos quatro anos foi morar na França, quando seu pai, o barão von Engenschwarz, foi nomeado secretário da legação alemã em Paris.

Cantora lírica e poetisa, Adelaide era poliglota e sabia de cor trechos de livros de autores como Heine, Goethe e Victor Hugo. Em 1860, na França, conheceu uma família brasileira e, aos 20 anos de idade, aceitou vir para o Brasil para trabalhar como preceptora (tutora) da filha do casal, em Sergipe. Na chegada, acabou fixando-se em Salvador, na então província da Bahia.

Depois de casar-se com um advogado baiano, Adelaide teve uma filha e um filho, cuidando da educação dos dois e também de várias gerações de estudantes durante o mais de meio século em que viveu e lecionou na Bahia.

Assim como Adelaide Emilia, inúmeras preceptoras europeias cruzaram o Atlântico numa jornada muitas vezes sem volta e tiveram um importante papel educacional e comportamental no Brasil de meados do século 19 até o início do século 20.

Das monarquias do Velho Mundo para o Brasil Império

“Os países que mais enviaram preceptoras para o Brasil, pela ordem, foram Alemanha, Inglaterra, Suíça e França”, diz à DW o historiador Samuel Albuquerque, autor do livro “Entre Cartas e Memórias: Preceptoras Europeias no Brasil do Século 19”.

Com a intenção de dar um padrão de comportamento europeu às suas filhas, famílias das elites açucareira, do café e do comércio de todo o Brasil Império ofereciam salários altíssimos para trazer da Europa preceptoras com sólida formação clássica.

“As primeiras gerações dessas preceptoras eram quase sempre oriundas da aristocracia decadente da Europa”, explica Albuquerque. “Mas depois houve uma profissionalização do ofício, com a criação de escolas para preceptoras.”

Instruídas para atuarem na educação doméstica das filhas —quase nunca dos meninos— das famílias que as contratavam, as preceptoras dedicavam-se integralmente à função, residindo no mesmo lar em que trabalhavam.

Com essa proximidade, as jovens podiam passar a ser uma ameaça à relação do casal que as contratou. Por isso, apesar da dominante influência cultural da França na aristocracia brasileira de então, as preceptoras francesas eram vistas com desconfiança.

“Havia uma certa rejeição às francesas porque elas tinham fama de libidinosas”, conta o historiador, que é professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Para evitar problemas conjugais, as famílias preferiam contratar mulheres mais velhas, caso da alemã Marie Lassius. Ela trabalhou por 20 anos como preceptora no Brasil, até morrer de febre amarela, no Rio de Janeiro, em 1879. “Ela já chega com uma certa idade, tanto é que as pupilas dela a chamavam de vovó alemã”, diz o historiador.

Mas a oferta de jovens dispostas a se aventurar nos trópicos era maior. E o mesmo imaginário que estigmatizava as francesas via com bons olhos outro estigma: a da rigidez das alemãs.

“Ter uma preceptora alemã em casa, simbolicamente, era como um título de nobreza”, compara Albuquerque, que considera o antropólogo e sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) como o primeiro estudioso a refletir sobre a importância da presença das preceptoras europeias no Brasil.

“[…] as preceptoras que os senhores de engenho mais ortodoxamente patriarcais da época —os que, não enviando as filhas para internatos das cidades, desejavam instruí-las em casa— anunciavam, nos jornais, precisarem para encarregar-se de tal ensino, eram senhoras que soubessem iniciar as meninas no conhecimento da gramática portuguesa, da geografia, da música, do piano; e que, também, as instruísse no conhecimento da língua francesa: não só no traduzir como no falar dessa língua”, escreveu Freyre no livro “Vida Social no Brasil de Meados do Século 19”.

O legado das preceptoras europeias no Brasil

Em Salvador, Adelaide Emilia —trisavó do autor deste texto— musicou poemas de autores como Gonçalves Dias e participava da vida cultural da cidade. Ensinou piano ao filho, Silvio Deolindo Fróes (1864-1948), que se tornou um dos maiores pianistas brasileiros na virada para o século 20, inclusive fazendo carreira na França.

Adaptada ao Brasil, Adelaide não quis voltar à Europa. Após a sua morte, em 1912, jornais soteropolitanos destacaram sua integração ao país, dizendo que ela não tinha sotaque, dominava a língua portuguesa e exaltava o Brasil.

“Esse é um caso raríssimo”, avalia Albuquerque. “Raramente elas conseguiam se adequar ao Brasil, seja ao clima, seja à cultura.”

A inadaptação podia causar o rompimento com a família contratante, o que levava essas preceptoras a darem aulas particulares ou em colégios para meninas. Muitas suportavam a permanência até fazerem um pé-de-meia e retornarem à Europa.

Um caso exemplar é o da alemã Ina von Binzer. Entre 1881 e 1884, sob o pseudônimo de Ulla von Eck, ela enviou cartas a uma amiga contando suas impressões sobre o Brasil e as dificuldades em se adaptar ao país.

Após sua morte, seu relato tornou-se o livro “Os Meus Romanos: Alegrias e Tristezas de uma Educadora Alemã no Brasil”.

A condessa de Barral e o legado das preceptoras

A mais famosa preceptora foi Luísa Margarida de Barros Portugal, a condessa de Barral. Foi ela a responsável pela educação das princesas Isabel e Leopoldina, filhas do imperador do Brasil, Dom Pedro 2º.

Seu título de nobreza era francês, mas a condessa nasceu em Santo Amaro, na Bahia. “Ela nunca perdeu o lado brasileiro dela, apesar de ter vivido e se adaptado tão bem à França”, diz Albuquerque, que também é autor do livro “A Carta da Condessa”, sobre a condessa de Barral.

Apesar de monarquista convicta, a condessa era abolicionista. Ela também acreditava que a educação da mulher era um elemento libertador, além de defender a participação feminina na política, pensamentos que a colocavam à frente do senso comum da época.

“Em torno da princesa Isabel gravitaram os mais importantes abolicionistas. O abolicionismo dela é um legado, sobretudo, da condessa de Barral”, diz o historiador.

Em geral, se as preceptoras europeias tivessem um comportamento mais avançado do que a sociedade brasileira da época, não cabia a elas muito mais do que se adaptar às demandas das famílias patriarcais católicas a que serviam.

“Mas elas deram ferramentas para que essas mulheres ampliassem seus horizontes”, avalia Samuel Albuquerque. Na introdução de seu livro “Sobrados e Mucambos”, Gilberto Freyre foi além ao escrever que as preceptoras “exerceram uma ação revolucionária que não deve de modo nenhum ser esquecida ou desprezada”.

“É revolucionário por preparar leitoras e escritoras”, explica Albuquerque. Um exemplo são as memórias escritas por Aurelia Rollemberg, pupila da alemã Marie Lassius, que se tornaram um testemunho importante para historiadores. “À medida em que formavam boas leitoras, também formavam escritoras, mesmo que não tenham sido figuras renomadas da literatura”, completa.

A vinda das preceptoras para o Brasil começou a cessar após a proclamação da República, e principalmente com a Primeira Guerra Mundial. “Foi muito trabalhoso para o Estado brasileiro, na República sobretudo, pôr limites a essa tradição de educar no lar”, diz Samuel Albuquerque.

Numa realidade em que o objetivo das famílias era preparar suas filhas para o casamento, as lições das preceptoras serviram como uma espécie de substituto do dote, forjando um estilo de comportamento como distinção social.

“Se a gente pensar na trajetória da história das mulheres no Brasil, até muito recentemente, o padrão que se cobrava de uma mulher da elite era o de uma mulher à francesa, ao estilo europeu”, diz Albuquerque.

Apesar de atuarem longe dos olhos das classes populares, em um Brasil com uma população bem menor do que a atual, e ainda convivendo com o flagelo da escravidão, as preceptoras fizeram sua influência refletir na sociedade da época.

“As classes populares se espelhavam nas elites, que se espelhavam na França. Era um jogo de reproduções”, sintetiza Albuquerque.


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