Dois policiais militares acusados de fraude processual e falso testemunho no caso da morte da designer de interiores Kathlen Romeu começam a ser julgados nesta terça-feira (5), no Rio de Janeiro.
A jovem de 24 anos, que estava grávida, morreu atingida por um tiro de fuzil no peito no Complexo do Lins, na Zona Norte da cidade, em julho de 2021.
Parentes e amigos da jovem promovem um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio, a partir das 11h, para pedir justiça. O protesto acontece horas antes do início do julgamento.
A sessão está marcada para começar às 13h e será conduzida pelo Conselho Especial de Justiça, formado por um juiz de direito e 4 oficiais da PMERJ — estrutura que costuma ser vista como corporativista por envolver julgadores militares.
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O julgamento ocorre na Auditoria da Justiça Militar, no Centro do Rio, e contará com sustentação oral do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública), além das defesas dos réus e da família de Kathlen.
Os dois PMs denunciados por tentativa de fraude são acusados de alterar a cena do crime e prestar informações falsas durante as investigações. Eles não respondem pela morte da jovem, mas fazem parte do grupo de agentes envolvidos na ação policial daquele dia.
A Justiça do Rio já determinou que os policiais responsáveis pelos disparos que mataram Kathlen, Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, sejam levados a júri popular. A data desse julgamento ainda não foi marcada. Ambos vão responder em liberdade.
Kathlen Romeu, de 24 anos: tiro de fuzil tirou a sua vida e do bebê que esperava
Reprodução/Redes sociais
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Relembre o caso
Kathlen Romeu, de 24 anos, foi atingida por um tiro de fuzil no tórax durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Lins, em junho de 2021. Ela estava visitando a avó quando foi surpreendida por um tiroteio. Grávida de três meses, a jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
A versão inicial da PM dizia que houve confronto com criminosos na região. No entanto, relatos de moradores e o trabalho do Ministério Público indicaram que não houve troca de tiros quando Kathlen foi atingida.
Investigações posteriores apontaram que policiais recolheram cápsulas de munição e mudaram elementos do cenário da ocorrência, o que levou à denúncia por fraude processual. Desde então, familiares da vítima cobram punição aos envolvidos e criticam a lentidão do andamento do processo.