Em São Januário, Battagliero havia afirmado que Ademir não teve culpa e sua lesão era resultado de um acidente.
Aos 28 minutos, o meia Jair Rosa Pinto estica a bola e outro zagueiro, Salomón, do Racing, entrou duro. Outra vez levou a pior e ficou estirado em campo, com fratura na perna direita. Imediatamente o campo do River foi invadido e a polícia interveio, separando os brigões e, segundo relatos brasileiros, batendo também.
O ponta esquerda Chico chegou a desmaiar de tanto sofrer com as pancadas. O Brasil não queria dar prosseguimento à partida, mas o chefe do policiamento avisou que, se não voltasse, não teria como conter a fúria do público. Quando a briga começou, o placar apontava 0 x 0. Tucho Méndez marcou aos 39 da primeira etapa e 11 do segundo tempo: Argentina 2 x 0, campeã sul-americana.
O Racing cancelou excursão ao Brasil nas semanas seguintes por temer represálias. A Folha da Manhã escreveu: “O desfecho do prélio Brasil vs Argentina abalou profundamente o intercâmbio esportivo entre os dois países.”
O incidente quebrou as relações entre AFA e CBD e as duas seleções só voltaram a se enfrentar dez anos depois, em Montevidéu, pelo Sul-Americano. A seleção só voltou ao território argentino em julho de 1956, empate por 0 x 0 pela Taça do Atlântico.
Em 1950, o então presidente da AFA, VAlentón Suárez, declarou que seu país não viria à Copa do Mundo do Brasil, porque a CBD proibia equipes brasileiros de disputarem partidas na Argentina. Não é bem verdade. A Argentina não jogou em 1948 e 1949, por perder grande parte de sua seleção para o Eldorado da Colômbia. Só disputou dois jogos em 1950 e houve esforços com combinados argentinos jogando em São Paulo e Rio de Janeiro em 1948.