Na segunda temporada de Wandinha, que estreia nesta quarta-feira (06.08), a personagem, interpretada por Jenna Ortega, enfrenta uma crise de popularidade. É um pesadelo para alguém que tem pouco traquejo social.
O que acontece na tela é um espelho do que se deu fora dela. Uma das provas do sucesso da série é a protagonista ter virado fantasia popular no Halloween e Carnaval. Por essa régua, Wandinha, criada por Alfred Gough e Miles Millar e dirigida por Tim Burton (Edward mãos de tesoura), foi um hit e tanto. Mas não só: ela mantém o recorde de série em inglês mais vista da Netflix.
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Na segunda temporada, a protagonista está de volta à Academia Nunca Mais e novamente vai enfrentar um mistério sobrenatural, com a ajuda de seus poderes. Ela continua dividindo o quarto com a borbulhante Enid (Emma Myers) e Coisa (a mãozinha cheia de personalidade). Mas a Família Addams está mais presente, com seu irmão Pugsley (Isaac Ordonez) frequentando a mesma escola e fazendo com que os pais dos dois, Mortícia (Catherine Zeta-Jones) e Gomez (Luis Guzmán) estejam mais presentes, assim como o Tio Fester (Fred Armisen).
Também há personagens novos, como o Diretor Dort (Steve Buscemi) e a avó de Wandinha e mãe de Mortícia, Hester (Joanna Lumley).
A presença maior da família é realmente o grande destaque da segunda temporada de Wandinha. Nas séries e filmes antigos, a graça sempre esteve no conjunto de pessoas esquisitas que mostravam para as famílias reais que tudo bem ser um pouco fora do padrão. Não que Wandinha em si, em ambiente escolar, não consiga segurar a série. Consegue e muito, até por conta da ótima atuação de Jenna. Mas os roteiristas parecem acreditar mais na personagem e na sua dinâmica com a família, evitando problemas como relacionamentos um pouco forçados da primeira.
Steve Buscemi como Barry Dort, Catherine Zeta-Jones como Mortícia Addams, Jenna Ortega como Wandinha Addams, Isaac Ordonez como Pugsley Addams, Joonas Suotamo como Lurch, Luis Guzmán como Gomez Addams Cr.
Foto: Jonathan Hession/Netflix © 2025
Apenas quatro episódios da segunda temporada de Wandinha estreiam nesta semana. Os outros quatro chegam apenas em 3 de setembro. A ELLE participou de entrevistas coletivas com os criadores, o diretor e o elenco da série, confira os melhores momentos:
O melhor de Wandinha
Jenna Ortega: “A força e a confiança dela. Na maioria das vezes em que discutimos os personagens, falamos do que os torna inseguros e tímidos, qual qualidade dolorosa que eles odiariam admitir. Wandinha não tem nada disso. É muito transparente. Por isso, fica óbvio quando um comportamento ou posicionamento não combina com ela. É fácil perceber quando eu saio do personagem. É quase como se ela viesse com uma lista de regras, o que é útil. Sempre que me sinto perdida ou confusa em uma cena, tenho de voltar a essas características”.
Tim Burton: “Quando li a primeira temporada, estranhamente senti como se tivesse sido escrita para mim, embora eu não seja uma adolescente. Mas às vezes me sinto como uma. Por isso, realmente fiquei tocado. Adorei a visão dela a respeito de tudo, desde família até escola e psiquiatria. Foi por isso que quis fazer, por causa da força da personagem em particular.”
O medo da conexão
Jenna Ortega: “Wandinha não costuma ser vulnerável, simplesmente porque é sempre a pessoa mais inteligente em todo lugar. Mas ela realmente baixou a guarda e se tornou amiga de Enid. Só que não quer ser questionada sobre essa amizade. Então, ela não costuma ressaltar essa conexão nem negá-la. Ela simplesmente existe.”
Catherine Zeta-Jones como Mortícia Addams, Isaac Ordonez como Pugsley Addams e Luis Guzmán como Gomez Addams
Foto: Jonathan Hession/Netflix © 2025
Novas personagens
Steve Buscemi: “O diretor Dort (seu personagem na série) é interessante porque realmente ama a Academia Nunca Mais. Ele está muito impressionado com a Wandinha e quer entendê-la. E claro que ela não gosta nada disso”.
Joanna Lumley: “Hester é medonha. A única pessoa de quem ela realmente gosta é Wandinha, porque consegue ver nela o lado sombrio: perigo, ousadia, tudo o que ela não vê em Mortícia. E sua outra filha, Ophelia, simplesmente não está presente. Hester é arrogante, vaidosa, gananciosa e vê na Wandinha uma luz brilhante”.
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Foto: Netflix © 2025
A Família Addams mais presente
Catherine Zeta-Jones: “Fiquei muito feliz de terem incorporado mais a família na segunda temporada. Criaram um arco lindo para nós. A Família Addams é uma família moderna, que abraça idiossincrasias. Eles encorajam as qualidades que fazem deles excluídos em vez de tentar colocar os integrantes da família em caixinhas. Foi maravilhoso poder explorar isso na segunda temporada, estando dentro do mundo de Wandinha, mesmo que ela não quisesse que estivéssemos lá. Há uma dinâmica mãe-filha única para Wandinha e Mortícia. Existe um profundo senso de amor, mas elas têm personalidades diferentes.”
O mundo de Tim Burton
Fred Armisen: “Assim que você entra no set, sente estar no mundo de Tim Burton. Cada detalhe, cada janela que você vê, pensa: ‘Ah, isso é definitivamente o Tim Burton’. Isso ajuda a entrar na história imediatamente”.
Jenna Ortega: “Há tanto para aprender com ele. Adoro trabalhar com o Tim porque nada realmente te prepara para o dia a dia. É maravilhoso poder entrar no set, deixá-lo absorver tudo, olhar de todas as perspectivas. É algo novo a cada dia. É muito fácil uma série de TV cair na rotina e em fórmulas, mas com ele não é assim”.
Catherine Zeta-Jones: “Pela minha experiência, quanto melhores os diretores, mais gentis são. Não há egos no nosso set. Estamos todos lá para contribuir e colaborar. É um set alegre onde você não tem medo de sugerir coisas. É um ambiente maravilhoso, inclusivo e criativo, você não se sente intimidado em dizer algo para Tim Burton. A Jenna também é muito profissional e colaborativa”.
As peças-chave para criar os personagens
Catherine Zeta-Jones: “Trabalhar com a (figurinista) Colleen Atwood é uma alegria. Desta vez, podemos ver mais a Mortícia. Ela conseguiu incorporar elementos fantásticos e icônicos para que, quando fechássemos os olhos, pensássemos na Morticia Addams”.
Steve Buscemi: “Para mim, a chave para o personagem foi quando Tim Burton me disse que ele lembrava o escritor Edgar Allan Poe. Ele me mostrou um boneco do autor e também desenhou no papel. Isso me ajudou a compor o personagem”.
Tim Burton: “É sempre muito divertido, porque eles são personagens de fantasia. Com as roupas, eles começam a ganhar vida. Eu vou observando à distância eles se transformarem nesses personagens. É muito bonito. Até porque eles são personagens extravagantes, mas no fundo é uma família. Não conheço uma família que não seja estranha”.
A melhor parte do sucesso
Fred Armisen: “É encontrar famílias na rua ou no aeroporto, dizendo que também se identificam como esquisitos e meio malucos”.
Catherine Zeta-Jones: “É a inclusão das pessoas que se sentem um pouco excluídas, que tentam esconder certos jeitos ou nuances. E é sempre muito legal ver as fantasias no Halloween. A Natalie Portman me mandou uma foto em que ela está vestida de Morticia, e a filha, de Wandinha. É muito legal”
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