Um ano depois de Ainda estou aqui sair do Festival de Veneza com o prêmio de roteiro, abrindo sua trajetória vitoriosa até o Oscar, o evento está pronto para uma nova edição. Mas, desta vez, o festival que começa nesta quarta-feira (27.08) e segue até 6 de setembro não tem filmes brasileiros em nenhuma seção – em 2024, foram seis no total, incluindo o documentário Apocalipse nos trópicos, de Petra Costa, e Manas, de Marianna Brennand.
Em compensação, Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz por Ainda estou aqui, está no júri da competição oficial, presidido pelo cineasta estadunidense Alexander Payne (Os rejeitados, de 2023).
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Como sempre, a programação do 82º Festival de Veneza promete. Neste ano, está recheada de filmes dos Estados Unidos com pretensões à corrida pelo Oscar. São grandes as chances de saírem desta edição possíveis concorrentes de Wagner Moura na categoria melhor ator. O brasileiro está cotado por O agente secreto. Também podem aparecer competidores do longa de Kleber Mendonça Filho em melhor filme internacional, como No other choice, do sul-coreano Park Chan-wook, que disputa o Leão de Ouro.
ELLE te adianta a lista dos filmes a que todo o mundo vai prestar atenção nos próximos dias:
Depois da caçada
Luca Guadagnino é sinônimo de Veneza. Desde Um sonho de amor (2009), praticamente todos os longas de ficção do italiano participaram do festival, à exceção de Me chame pelo seu nome (2017), que foi para Berlim, e Rivais (2024), que seria o filme de abertura em 2023, mas cuja exibição foi cancelada por causa da greve dos atores e roteiristas. Desta vez, o cineasta vem com Depois da caçada, um drama estrelado por Julia Roberts, Ayo Edebiri, Andrew Garfield e Chloë Sevigny sobre abuso sexual no ambiente universitário. A produção passa fora de competição.
Marc by Sofia
Em seu primeiro longa-metragem documental, Sofia Coppola promete um retrato íntimo e não-convencional do designer Marc Jacobs, de quem ela é amiga há décadas. Os dois também colaboraram em alguns projetos para a Marc Jacobs, a Louis Vuitton e a Heaven by Marc Jacobs. A cineasta estadunidense também apareceu em algumas campanhas e dirigiu comerciais de perfumes do designer. Além de apresentar Marc by Sofia fora de competição, a diretora participa de uma conversa organizada pela Cartier com a figurinista Milena Canonero, ganhadora de quatro Oscars, um deles por Maria Antonieta (2006), assinado por Sofia.
Jay Kelly
George Clooney interpreta um papel que conhece bem: o de astro de cinema. Jay Kelly é um homem que, em uma viagem pela Europa na companhia de seu agente Ron (Adam Sandler), avalia as escolhas que fez na vida, seus sucessos e seus erros. O longa, que compete pelo Leão de Ouro, é dirigido por Noah Baumbach, de Frances Ha (2012), e corroteirista de Barbie (2023), assinado por sua mulher, Greta Gerwig, que aparece no filme como atriz. Laura Dern, Billy Crudup, Riley Keough e Eve Hewson também estão no elenco.
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Frankenstein
A história do cientista que brinca de ser Deus e acaba criando um monstro já rendeu diversas adaptações para o cinema e a televisão desde o lançamento do livro da inglesa Mary Shelley, em 1818. Agora é a vez do mexicano Guillermo del Toro, vencedor dos Oscars de filme e direção por A forma da água (2017) e de animação por Pinocchio (2022). É um projeto que o cineasta acalentava desde muito novo, e pode-se esperar um visual suntuoso. No filme que disputa o Leão de Ouro, Oscar Isaac interpreta Dr. Victor Frankenstein, e Jacob Elordi é o Monstro. Segundo as primeiras informações, Mia Goth vive tanto o interesse romântico quanto a mãe de Victor.
Bugonia
É o quinto projeto de Emma Stone com o diretor Yorgos Lanthimos, depois de A favorita (2018), o curta Bleat (2022), Pobres criaturas (2023) e Tipos de gentileza (2024). Desta vez, ela é Michelle, a CEO de uma grande companhia sequestrada por dois homens (Jesse Plemons e Aidan Delbis) que acreditam em teorias da conspiração e têm certeza de que ela é uma alienígena com desejo de destruir a Terra. Uma dose de maluquice é esperada nesta refilmagem da comédia coreana Save the green planet! (2003), de Jang Joon-hwan. O filme concorre ao Leão de Ouro.
A house of dynamite
Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar o Oscar de direção, com Guerra ao terror (2008), pelo qual ela também ganhou a estatueta de melhor filme. Até hoje, somente outras duas conseguiram o mesmo feito: Chloé Zhao por Nomadland (2020) e Jane Campion por Ataque dos cães (2021). Sem filmar desde 2017, Bigelow está de volta com A house of dynamite, estrelado por Idris Elba, Rebecca Ferguson e Greta Lee. O longa-metragem, que passa em competição, é um thriller político sobre um míssil nuclear lançado contra os Estados Unidos. Sendo uma obra da diretora, dá para esperar muita tensão aliada a bom drama.
The testament of Ann Lee
Um ano após O brutalista sair de Veneza com o prêmio de direção para Brady Corbet – e concorrer depois a dez Oscars, vencendo três –, o casal Mona Fastvold e Corbet, que divide os créditos do roteiro do filme, retorna à competição. Mas, desta vez, Mona, e não Brady, está na direção. O filme estrelado por Amanda Seyfried é inspirado na vida de Ann Lee, fundadora e líder dos Shakers, um movimento religioso surgido na Inglaterra e transferido para os Estados Unidos no século 18.
Coração de lutador
Dwayne Johnson volta às suas origens de lutador, mas agora tenta também provar que é um ator sério. No filme, ele interpreta o competidor de UFC Mark Kerr. Emily Blunt vive sua namorada, Dawn Staples. O longa, que está em competição, é de Benny Safdie, conhecido como ator em produções como Oppenheimer (2023). Benny costumava dirigir em parceria com seu irmão Josh. Juntos, eles fizeram longas como Bom comportamento (2017), com Robert Pattinson, e Joias brutas (2019), com Adam Sandler. Seu irmão lança neste ano também seu primeiro filme solo, Marty Supreme, com Timothée Chalamet.
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