O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), já fez duras críticas a Jair Bolsonaro (PL) após as manifestações de 7 de setembro de 2021, quando o ex-presidente fez ameaças golpistas à corte e disse que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram relembrados pelo ministro Flávio Dino nesta terça-feira (9). Ele questionou Fux se ele havia de fato dormido na sede do tribunal, como noticiado na época, diante da “invasão violenta da Esplanada”. O ministro minimizou e disse ter ido à corte “porque tinham 850 mil pessoas na Praça dos Três Poderes e não aconteceu absolutamente nada”.
Quatro anos atrás, no entanto, o tom adotado por Fux ao reagir às declarações de Bolsonaro contra o STF foi outro. Em discurso no dia seguinte às manifestações bolsonaristas, o ministro, que presidia a corte, afirmou que a ameaça do então presidente de descumprir decisões judiciais de Moraes, se confirmada, configuraria “crime de responsabilidade”.
“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, disse, na ocasião. “Ninguém fechará esta corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança”, completou.
Um mês antes, o ministro já havia cancelado reunião entre os Poderes após Bolsonaro ofender integrantes da corte, em especial Moraes e o ministro Luís Roberto Barroso. “O pressuposto do diálogo entre os Poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes”, afirmou.
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