Herus Guimarães Mendes
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Um inquérito policial militar (IPM) da Corregedoria da Polícia Militar indiciou dois policiais pela morte de Herus Guimarães Mendes, no dia 7 de junho deste ano, durante uma festa junina na favela Santo Amaro, na Zona Sul do Rio. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
O g1 apurou que um dos indiciados é o sargento Daniel Sousa Silva, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que confessou na delegacia ter atirado 13 vezes após sua equipe ter sido atacada a tiros por criminosos.
O inquérito foi enviado para a promotoria do Ministério Público junto à Auditoria de Justiça Militar. O relatório final da investigação da Corregedoria não foi publicado no Boletim Interno da PM.
Agora, o MP aguarda a conclusão do inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pretende ouvir novas testemunhas esta semana, no âmbito da investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp/MP). Só então o órgão vai decidir se vai apresentar denúncia.
Pais de Herus foram ao velório do filho com uma foto do jovem com o filho e o crachá da empresa onde ele trabalhava
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No procedimento interno do Ministério Público, já foram ouvidas cerca de 12 pessoas, entre investigados, testemunhas e familiares, em diligências próprias.
Paralelamente, a Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/MPRJ) finaliza a análise técnica dos dados e registros coletados, incluindo a elaboração de um modelo tridimensional do cenário dos fatos, com base em tecnologia de alta precisão.
Santo Amaro tem tiroteio em ação policial durante festa junina
PM confirmou disparos
No dia seguinte à operação, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou os comandantes do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE) e afastou outros 12 policiais das ruas.
Três meses depois, Aristheu de Goes Lopes, comandante do Bope na ocasião, foi nomeado para o cargo de superintendente de Gestão Integrada da PM. A nomeação aconteceu após o fim do inquérito da Corregedoria.
Coronel exonerado após operação com morte em festa junina no Morro Santo Amaro é nomeado para novo cargo na PM
Em depoimento na 9ª DP (Catete), o sargento Daniel Sousa da Silva, do Bope, disse que foi o único de sua equipe a realizar disparos, na madrugada de sábado (7), na Rua Marília Toninni, no alto do Morro Santo Amaro.
Ele realtou que os tiros foram uma resposta a disparos de traficantes contra a ação policial – contrariando a primeira nota da PM após o fato, que afirmava que os policiais não dispararam naquela noite.
O depoimento foi obtido com exclusividade pelo RJ2, dias após a morte de Herus.
A comunidade recebia uma festa junina tradicional no momento da ação do batalhão e tinha visitantes de outras regiões que participavam do evento.
Sargento Daniel Sousa da Silva, do Bope
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