Prefeitura do Rio propõe transformar corredores do BRT em VLT ou VLP; projeto pode custar R$ 12 bilhões
A Prefeitura do Rio de Janeiro enviou à Câmara de Vereadores uma proposta para transformar os corredores do BRT Transoeste e Transcarioca em sistemas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou Veículo Leve sobre Pneus (VLP).
O projeto, que ainda não tem data para votação, prevê uma nova concessão do serviço e pode custar cerca de R$ 12 bilhões, segundo estimativa do prefeito Eduardo Paes (PSD).
“A gente já tem projeto básico. Isso vai ser feito numa PPP. O que estamos pedindo para a Câmara é autorização legislativa para isso. Vai ter que ter privado e uma cesta de recursos públicos. Ainda não tem prazo”, comentou Paes.
“Essa ‘vltização’ é um compromisso nosso, mas estamos modelando o sistema”, afirmou o prefeito nesta quarta-feira (6), destacando que o estudo básico foi feito com apoio do BNDES.
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A proposta enviada aos vereadores tem apenas três artigos e não detalha prazos nem custos. Segundo o texto, os novos modais são considerados mais sustentáveis e eficientes.
O VLT pode transportar até quatro vezes mais passageiros que um ônibus convencional, com metade do custo de implantação de uma linha de metrô. Já o VLP, também elétrico, utiliza pneus e baterias, dispensando trilhos.
Juntos, os corredores Transoeste e Transcarioca transportam cerca de 530 mil passageiros por dia.
Obras e novos ônibus do BRTs do corredor Transoeste são inaugurados
Reprodução/ TV Globo
A prefeitura pretende aproveitar os traçados já existentes, o que pode reduzir a necessidade de grandes obras. A nova concessionária será responsável pela construção, reforma, operação e manutenção do sistema.
O vereador Pedro Duarte (Novo), integrante da Comissão de Direitos Urbanos, vê com bons olhos a expansão do VLT, mas cobra mais transparência sobre o projeto.
“Expandir o VLT é positivo, porque são regiões que não eram atendidas por transporte público de média capacidade. Mas nos últimos anos já gastamos bilhões na recuperação do sistema BRT. Foram centenas de ônibus novos, estações reformadas. E agora vai trocar tudo? Isso precisa ser muito bem explicado”, afirmou o vereador.
Desde que assumiu a operação do BRT, há quatro anos, a prefeitura já investiu quase R$ 9 bilhões no sistema, incluindo a compra de mais de 700 ônibus, reforma de estações e construção de terminais.
Para o especialista Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, a transformação dos corredores exige cautela.
“É uma obra complexa, que precisa de um projeto básico bem estruturado. Há mudanças significativas de infraestrutura, como sistemas de energia elétrica, sinalização e os impactos durante as obras. É preciso comprovar a demanda e viabilidade”, explicou o especialista.
Além da conversão dos corredores, o projeto também prevê a expansão da linha atual do VLT até o bairro de São Cristóvão, com integração ao trem e ao metrô.
Ponto final do VLT junto à Rodoviária Novo Rio, no centro
Marcos Serra Lima/g1