O presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), afirmou que o Brasil terá uma escolha decisiva entre o passado e o futuro na eleição de 2026. A declaração, feita durante uma sessão solene de comemoração de 20 anos do partido, ocorre no momento de fortalecimento do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível candidato ao Planalto.
Apesar da sinalização de afastamento em relação a Lula (PT), o Republicanos tem um ministro no governo petista —Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
“Nossa missão ganhou ainda mais relevância diante do cenário que vivemos. O Brasil está cansado da polarização que paralisa, dos extremos que dividem, da politicagem que não resolve. […] O que mais vemos no Brasil atualmente é o fogo da polarização destruindo o nosso respeito social”, disse Pereira.
“Somos a alternativa aos extremos que oferecem apenas gritos quando o país precisa de soluções. Em 2026, o Brasil terá uma escolha decisiva. Poderá escolher entre um passado que divide e um futuro que une, entre a polarização que paralisa e a responsabilidade que dá resultado, entre quem promete o impossível e quem entrega o necessário.”
“Esse trabalho responsável tem nome: Republicanos”, completou o presidente, sem mencionar especificamente Tarcísio neste momento.
O governador foi lembrado antes na fala de Pereira. Tarcísio deveria participar da sessão solene na Câmara dos Deputados, mas teve outros compromissos em São Paulo. Durante a noite, ele estará em Brasília para uma festa do partido. Caso seja candidato à Presidência da República, Tarcísio pode deixar o Republicanos para se filiar ao PL.
Questionado pela Folha, o ministro Sílvio Costa Filho afirmou que a fala de Pereira não representa um afastamento em relação ao governo Lula e que a posição do partido depende da decisão de Tarcísio de concorrer ou não.
“O discurso [de Pereira] foi de que essa polarização não é saudável para o Brasil, e o partido tem apoiado as pautas do governo, as pautas econômicas, sociais, e tentando sair dessa polarização. O partido tem colocado que só vai tratar de 2026 em 2026”, disse.
O ministro reforçou ainda que vai apoiar Lula em qualquer circunstância —mesmo se Tarcísio for o rival na disputa.
Participaram do evento o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Damares Alves (Republicanos-DF), além de outros deputados. O partido aproveitou a ocasião para filiar o ex-senador Arthur Virgilio, que deixou o PSDB em 2022.
“Não há problemas da esquerda ou da direita, do norte ou do sul, dos trabalhadores ou dos empresários. Há apenas um problema, o do Brasil. […] Somos a ponte entre um passado que não podemos negar e um futuro que precisamos construir”, disse ainda Pereira.
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