A Nvidia apresentou nesta quarta-feira (27) resultados financeiros sólidos, sinalizando crescimento resiliente na empresa no centro do boom da inteligência artificial em um momento em que os mercados demonstram cautela sobre a continuidade desse ritmo.
A companhia registrou receita de US$ 46,7 bilhões no trimestre encerrado em 28 de julho, alta de 56% em relação ao ano anterior e ligeiramente acima da estimativa de consenso de US$ 46,5 bilhões, segundo dados da Visible Alpha.
Para o trimestre atual, a Nvidia projeta vendas de US$ 54 bilhões, com margem de 2% para mais ou para menos, em linha com a expectativa de US$ 53,8 bilhões.
O papel central da empresa no design de chips avançados usados no desenvolvimento e operação de modelos de IA, como o ChatGPT, a levou a se tornar a companhia de maior valor de mercado no mundo, consolidando-se como termômetro do setor.
As ações da Nvidia acumulam alta superior a 35% em 2025. Ainda assim, os papéis sofreram queda na semana passada durante uma ampla onda de vendas em empresas ligadas à IA, após um relatório negativo sobre suas aplicações práticas e comentários do CEO da OpenAI, Sam Altman, de que investidores estariam superestimando a tecnologia.
Nas negociações pós-mercado desta quarta-feira, os papéis da Nvidia recuaram cerca de 1,5%.
O lucro líquido da companhia saltou 59% em um ano, para US$ 26,4 bilhões, superando a previsão de US$ 23,5 bilhões. O lucro por ação ficou em US$ 1,08, enquanto a margem bruta ajustada alcançou 72,7%, ligeiramente acima da estimativa de 72,3%.
A Nvidia não forneceu projeções sobre receita futura com vendas de chips na China, afetadas pela política comercial volátil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação a Pequim.
Apesar de não registrar receita na China no trimestre devido às novas restrições de exportação dos EUA, a companhia informou que conseguiu vender US$ 650 milhões do chip H20, desenvolvido especificamente para o mercado chinês, a um cliente fora do país.