Secretaria do Consumidor teve ex-funcionário preso em operação contra o tráfico
Alessandro Pitombeira Carracena, ex-funcionário da Secretaria do Consumidor e que já foi titular da pasta no governo Cláudio Castro, foi preso na mesma operação que prendeu Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias.
A secretaria já abrigou um foragido da Justiça e tem em seus quadros atualmente um réu por organização criminosa.
Carracena é apontado pela PF como integrante do núcleo político da organização criminosa, ligado ao Comando Vermelho.
Pitombeira foi preso em ação que também prendeu o deputado TH Joias
Reprodução/TV Globo
Segundo as investigações, ele recebia vantagens indevidas para fornecer informações sobre a realização de operações policiais em áreas comandadas pela facção. Um trecho interceptado pela justiça mostra que TH Joias recebia informações de Pitombeira:
“Carracena me ligou cedo. Bateu tudo que ele falou”, diz o trecho.
Outros funcionários
Este ano, Paulo Ciro Estevão Mendonça ficou duas semanas como foragido até ser desligado da função de assessor da secretaria.
Segundo as investigações da polícia, Mendonça integrava uma quadrilha que abordava idosos, pensionistas e pessoas em situação de vulnerabilidade em Araruama, na Região dos Lagos.
Os criminosos ofereciam cestas básicas que jamais eram entregues e roubavam os dados das vítimas para fazer empréstimos.
Paulo Ciro é filho de um político aliado de Gutemberg de Paula Fonseca, secretário estadual de Defesa do Consumidor. Mesmo foragido, Paulo Ciro recebeu o salário de julho, de cerca de R$ 3 mil líquidos.
A tramitação de um processo interno da secretaria mostra que o pedido de exoneração foi feito, a pedido do próprio Paulo Ciro, apenas duas semanas depois de ser considerado um fugitivo da justiça.
A secretaria informou que vai investigar o caso, depois de ter sido procurada pelo RJ2.
Altamir, conhecido como Mizinho, foi denunciado por ligação com o bicheiro Bernardo Bello
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Altamir Senna Oliveira Junior, o Mizinho, que é policial penal, foi nomeado depois de ser preso, acusado de envolvimento com o bicheiro Bernardo Bello.
Segundo o Ministério Público, ele auxiliava e até representava o bicheiro em reuniões com contraventores e milicianos.
Mizinho foi solto para responder em liberdade pelos crimes de corrupção ativa e organização criminosa.
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Não encontrada no trabalho
Evelyn com o pai, Fabrício Queiroz
Reprodução/TV Globo
Evelyn Queiroz deveria ter começado no emprego como assistente no Procon desde que foi nomeada, no dia 13 de agosto. No entanto, nunca apareceu para o serviço.
Na terça-feira, quando os funcionários do Procon disseram que ela estaria no local, também não apareceu. Funcionários não souberam explicar as semanas de ausência.
Evelyn é filha de Fabrício Queiroz, acusado de operar um esquema de rachadinha no gabinete, com a devolução dos salários de assessores, incluindo da própria filha.
A investigação foi encerrada pelo Supremo Tribunal Federal, mas um desdobramento passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio, em sigilo.
Notas das defesas
A defesa do advogado Alessandro Carracena afirmou que sua prisão foi baseada apenas em menções ao seu nome encontradas no celular do deputado TH Joias, sem qualquer indício concreto de envolvimento em atos ilícitos.
A Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor declarou que Carracena ocupou o cargo de subsecretário e pediu exoneração em janeiro deste ano.
Segundo o secretário Gutemberg Fonseca, o ex-funcionário nunca demonstrou qualquer ligação com os investigados e sempre se portou como um profissional ético e técnico.
Em relação ao funcionário nomeado que estava foragido, a secretaria informou que foi aberto um processo administrativo para apurar a frequência nos dias de trabalho. A pasta destacou que todas as nomeações passam por um processo de compliance antes de serem efetivadas e que há fiscalização constante sobre a efetividade das funções exercidas por cada servidor.
Sobre Altamir Senna Oliveira Junior, a secretaria declarou que ele é servidor estadual e não há nenhuma notificação que o impeça de exercer suas atividades.
Já sobre Evelyn Queiroz, a secretaria informou que ela está em processo de capacitação para assumir a função.
A reportagem não obteve retorno de Evelyn, nem por telefone, nem por mensagem.
Altamir, por sua vez, afirmou que exerce regularmente suas funções como servidor do estado, declarou ser inocente das acusações que lhe foram atribuídas e disse que sua prisão preventiva foi revogada pelo Tribunal de Justiça.