O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou carta nesta quinta-feira (17) ao ex-presidente Jair Bolsonaro em que diz estar vendo “o tratamento terrível” que ele estaria recebendo nas mãos de “um sistema injusto” se voltou contra ele.
“Este julgamento deve terminar imediatamente! Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas; você foi um líder altamente respeitado e forte, que serviu bem ao seu país”, afirmou Trump em documento publicado na conta da sua rede social Truth Social.
Ao contrário do que o presidente americano afirma, porém, Bolsonaro não é o primeiro colocado nas sondagens eleitorais.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta mostra que, em simulações de segundo turno da eleição de 2026, o presidente Lula (PT) lidera diante de todos os concorrentes e mantém um empate técnico somente com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) —41% a 37% a favor do petista.
Na simulação com Bolsonaro, Lula teria 43% dos votos ante 37% do ex-presidente.
Trump ainda diz na carta que tem reforçado a desaprovação ao tratamento dado ao ex-presidente por meio de declarações públicas e da ameaça das tarifas.
“É meu sincero desejo que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar opositores políticos e ponha fim a esse regime de censura ridículo. Estarei observando de perto.”
A carta de Trump repete falas já feitas pelo próprio presidente americano, como dizer que Bolsonaro estaria sujeito a um “tratamento horrível” do Brasil e que acompanhará de perto o desenrolar da situação política.
O gesto do republicano é mais um na ofensiva para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a recuar no julgamento contra o ex-presidente, previsto para ocorrer entre agosto e setembro. O Judiciário e o Executivo, porém, têm sido categóricos ao dizer que não vão ceder a tentativas de influência do governo americano.
Na semana passada, Trump ameaçou impor 50% de tarifas a todos os produtos importados do Brasil. Nesta terça-feira (15), o governo americano abriu uma investigação comercial contra o país, uma apuração que pode abrir caminhos para novas sobretaxas, num processo que deixa o Brasil sob a constante ameaça de novas tarifas.
Pessoas envolvidas na articulação por uma retaliação ao governo brasileiro e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), esperavam que o presidente americano pudesse assinar nesta quinta um decreto para impor sanções financeiras ao magistrado.
Essa expectativa foi acentuada depois de Moraes ter emitido uma nova decisão, na última sexta-feira (11) ao Rumble pedindo o bloqueio de uma conta ligada ao apresentador Rodrigo Constantino. A decisão, ocorrida depois de Trump ter ameaçado o Brasil com a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados.No lugar