Vereadores aprovam a criação da Zona Sudoeste no Rio
Desde a última terça-feira (9), o município do Rio de Janeiro passou a contar oficialmente com uma nova divisão territorial: a Região Sudoeste.
A mudança, sancionada por lei após aprovação na Câmara dos Vereadores, inclui 21 bairros e afeta diretamente mais de 1,1 milhão de moradores — embora muitos ainda não saibam que agora vivem em uma nova zona da cidade.
A nova região abrange áreas como Joá, Itanhangá, Rio das Pedras, Vila Valqueire, Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Grumari, entre outros. A lista completa inclui:
Anil,
Barra da Tijuca,
Barra Olímpica,
Camorim,
Cidade de Deus,
Curicica,
Freguesia,
Gardênia Azul,
Grumari,
Itanhangá,
Jacarepaguá,
Joá,
Praça Seca,
Pechincha,
Rio das Pedras,
Recreio dos Bandeirantes,
Tanque,
Taquara,
Vargem Grande,
Vargem Pequena
e Vila Valqueire.
Mapa da Zona Sudoeste do Rio de Janeiro
Reprodução
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O que motivou a criação da nova zona?
Segundo a justificativa da nova lei, essas localidades não estavam oficialmente incluídas na antiga Zona Oeste.
A criação da Região Sudoeste busca corrigir essa lacuna administrativa e dar mais visibilidade às especificidades da área, que reúne desde comunidades até bairros com forte presença turística e ambiental.
A nova zona inclui duas das maiores orlas da cidade — Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes — além de áreas de preservação como Grumari.
O que muda para os moradores?
De acordo com a Prefeitura do Rio, a mudança não representa impacto imediato para os contribuintes: valores de impostos, serviços públicos e cadastros permanecem os mesmos.
No entanto, especialistas alertam que a nova classificação pode, no futuro, influenciar o mercado imobiliário e o planejamento urbano.
“O zoneamento urbano é um instrumento que pode afetar diretamente o valor dos imóveis e aluguéis”, explicou Gustavo Macêdo Poeys, professor da UERJ.
Praia da Barra da Tijuca
Fernando Maia/Riotur
O professor também destacou ao RJ2 que a lei não apresenta parâmetros claros sobre os benefícios esperados e defende que a população seja ouvida para que a nova zona contribua com melhorias reais, como mobilidade, acesso a serviços públicos e combate às desigualdades.
Como fica o mapa da cidade?
Com a criação da Região Sudoeste, o Rio passa a ter quatro zonas — Sul, Norte, Oeste e Sudoeste — além do Centro, que, curiosamente, não está localizado no ponto geográfico central da cidade.
A região central se desenvolveu historicamente às margens da Baía de Guanabara, entre morros como o do Castelo e o de Santo Antônio, que serviam de proteção contra invasões. Hoje, o bairro do Centro é mais um polo histórico, comercial e financeiro, do que um ponto central no mapa.
Se fosse pela geografia, o “centro” estaria mais próximo da região do Riocentro, na Zona Oeste.
Os desafios
Moradores da nova região esperam que a mudança traga melhorias.
“Pode trazer mais infraestrutura, mais condução, porque tá difícil. Saio 4h da manhã e olha a hora que tô chegando aqui”, relatou Carlos Henrique Freitas, garçom que vive próximo à Barra da Tijuca.
A expectativa é que a nova classificação ajude a direcionar políticas públicas mais eficazes para uma área que cresceu muito nos últimos anos, mas ainda enfrenta problemas como falta de transporte, saúde e educação, por exemplo.
Vereadores do Rio aprovam projeto que cria Zona Sudoeste, com Barra da Tijuca, Freguesia, Joá e outros
Arte g1 / Otávio Camargo