A PF (Polícia Federal) e o STF (Supremo Tribunal Federal) divulgaram os áudios trocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a sobretaxa a produtos brasileiros. O religioso foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (20). Ouça os áudios no final do texto.
Nas mensagens, Malafaia aconselha Bolsonaro sobre como atuar diante da pressão dos Estados Unidos no Brasil em defesa do ex-presidente.
“Tem que pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa. Ainda pode usar o seguinte argumento: NÃO QUEREMOS VER SANÇÕES CONTRA MINISTROS DO STF E SUAS FAMÍLIAS. Eles se cagão (sic) disso! A questão da tarifa é justiça e liberdade, não econômica”, disse em mensagem de 13 de julho.
Em outro momento, ele afirma que “tem que tirar de Lula, ele sabe jogar nisso, ele dobra a aposta”. “Só quem pode parar Lula é o STF. Você sim é a maior voz. Não vai xingar o STF, esculhambar o Alexandre de Moraes. Mas tem que se colocar: a tarifa do Trump não tem a ver com economia, mas com justiça”, afirmou.
No mesmo dia, Malafaia sugere uma ‘‘campanha orquestrada’ com a frase ‘‘ANISTIA PARA TODOS! O Brasil da liberdade não será taxado.”
No dia seguinte, o pastor informa Bolsonaro de que será produzido um vídeo com ataques ao STF e para os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Nos áudios, Malafaia também critica o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e elogia o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ).
“Esse seu filho Eduardo é um babaca”, escreveu Malafaia em 11 de julho, dois dias depois que Donald Trump anunciou a sobretaxa de 50% ao Brasi.
“Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência [de] ficar calado se esse idiota falar mas [mais] alguma asneira”, escreveu o pastor.
Sobre Flávio, ele pediu que o ex-presidente desse parabéns para ele por ter falado bem em entrevistas que deu para canais de televisão.