O julgamento dos réus do núcleo crucial da trama golpista continuou nesta quarta-feira (10) no Supremo Tribunal Federal com uma sessão de mais de 12 horas para o voto do ministro Luiz Fux. Ele votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro dos cinco crimes de que foi acusado.
Diferentemente dos ministros que votaram na terça, o relator Alexandre de Moraes e Flávio Dino, Fux disse que não ficou comprovado que o ex-presidente tenha praticado atos executórios para uma tentativa de golpe ou derrubada das instituições democráticas.
O ministro ainda chegou a votar pela nulidade de todo o processo —para ele, o STF não seria o foro adequado para julgar os réus, e as defesas teriam sido cerceadas pelo volume de material das investigações. Os únicos votos de Fux contra réus foram pelas condenações do tenente-coronel Mauro Cid, delator do caso, e do ex-ministro Walter Braga Netto, pelo crime de tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.
O placar no caso de Bolsonaro está em 2 a 1 pela condenação. O julgamento vai ser retomado nesta quinta-feira (11), com os votos de Cármen Lúcia e do presidente da Turma, Cristiano Zanin.
O Café da Manhã desta quinta analisa o voto de Luiz Fux para absolver Jair Bolsonaro e outros réus da trama golpista. O episódio resume o principal do que foi dito, discute as contradições do ministro e fala de como as divergências mexem com o julgamento. O programa ouve Wallace Corbo, professor de direito constitucional da Uerj e da FGV, e Bruno Boghossian, jornalista da Folha.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon, tem roteiro escrito com colaboração de Daniel E. de Castro e produção de Laura Lewer, Lucas Monteiro e Raphael Concli. A edição de som é de Thomé Granemann.