A CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, definiu que o senador Humberto Costa (PE) assumirá a presidência interina do partido a partir da próxima semana.
A atual titular do cargo, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), toma posse na segunda-feira (10) como ministra da Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo.
O nome do senador foi indicado, formalmente, à direção do partido nesta sexta-feira (7), em uma reunião marcada por elogios a Gleisi. A escolha será submetida ao diretório nacional do PT no prazo de 60 dias, por determinação do estatuto do partido.
O mandato tampão de Costa vai até o início de julho, quando o PT realiza eleições para escolher quem comandará a legenda. O parlamentar terá a missão de conduzir esse processo sucessório. No ano passado, ele coordenou o grupo de trabalho eleitoral do partido na campanha municipal pelo país.
Nome cogitado para assumir o PT provisoriamente, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), segue na função.
Para a presidência efetiva do partido, o nome forte é o do candidato de Lula, o ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva. Mesmo sendo o escolhido do principal líder do partido, Edinho enfrenta resistências dentro da ala do próprio presidente, a Construindo um Novo Brasil.
Com a definição de Lula sobre a pasta da articulação política, Gleisi é obrigada a deixar a presidência do PT porque o estatuto do partido proíbe a participação na direção partidária de pessoas em cargos executivos, o que inclui ministros. Ela estava à frente da sigla desde 2017.
Em sua despedida, a futura ministra prometeu cuidar do PT “de dentro do governo”.
Com a voz embargada, disse que a presidência do partido foi a tarefa mais importante de sua vida. Afirmou que sentirá saudade.
Ainda segundo relatos, Gleisi disse também que o partido compõe a base governista, mas não é o governo Lula. Ela ressaltou a importância da aliança de partidos em torno do governo.
Gleisi elogiou Lula, afirmando até que ele representa o empoderamento das mulheres na política. Além dela mesma, citou a ex-presidente Dilma Rousseff como exemplo dessa valorização. Ela também reconheceu a necessidade de reversão dos índices de popularidade do presidente.