
Área externa do Centro Administrativo do DF, em Taguatinga
Andre Borges/Agência Brasília
O governador Ibaneis Rocha (MDB) informou à TV Globo, na manhã desta segunda-feira (15), que pretende enviar um projeto de lei sobre a venda do Centro Administrativo, em Taguatinga, para a Câmara Legislativa em janeiro do ano que vem, ao fim do recesso parlamentar.
O chefe do Executivo disse ainda que a Terracap fez uma primeira avaliação de R$ 600 milhões para o complexo que deveria ser a sede dos órgãos públicos distritais, mas está fechado há 12 anos. Com 182 mil metros quadrados e 16 prédios, o Centrad nunca recebeu um único escritório ou órgão do GDF.
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O Centrad foi idealizado pelo ex-governador José Roberto Arruda com dois objetivos:
diminuir os gastos do GDF com aluguel;
promover um contrafluxo de trânsito entre o Plano Piloto e as regiões administrativas.
Gastos
O Centrad foi construído por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) entre o GDF e o consórcio privado formado pela Via Engenharia e Odebrecht, com valor previsto de R$ 6 bilhões e duração de 22 anos.
Além de erguer o prédio, o consórcio formado pela Via Engenharia e Odebrecht ficaria responsável por serviços como manutenção, segurança, limpeza do espaço. Pelos serviços após a inauguração, as empresas receberiam R$ 17 milhões mensais.
Como o projeto nunca foi inaugurado, esses valores nunca foram pagos. Por outro lado, as duas empresas alegam que gastaram cerca de R$ 1,5 bilhão na construção do Centrad e também tentam reaver o valor investido na negociação.
Em 2020, contudo, uma decisão da 4ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, proibiu o Governo do DF de repassar recursos ao consórcio.
O GDF, no entanto, tem outros gastos com o complexo. Desde que a PPP foi anulada em 2022, é o governo do DF responsável pela segurança do local, que abandonado é alvo de invasão, vandalismo e depredação.
2020: Centrad ainda não tem previsão para ser ocupado
Promessa de governo
A ocupação efetiva do Centrad foi uma das promessas de governo de Ibaneis, nos dois mandatos. Faltando pouco mais de um ano para o fim do governo, o destino do local ainda é incerto.
Membros do governo apontam obstáculos que impossibilitam a ocupação do Centrad. Entre eles, as obras viárias e de urbanismo que ainda são necessárias no entorno do complexo.
Desde 2014, quando foi “inaugurado” sem móveis, sem internet e sem ter sido finalizado, as obras ao redor do Centro Administrativo são apontadas como um obstáculo para a ocupação do complexo.
Com as obras incompletas, em 2015, o Ministério Público (MPDFT) se manifestou contra a ocupação do Centrad, que alegou irregularidades na sua inauguração e não forneceu a Carta de Habite-se ao complexo.
Segundo o órgão, faltavam documentos essenciais — como laudo de conformidade e Relatório de Impacto de Trânsito (RIT) — para concessão do Habite-se. Sem o documento, a ocupação foi embargada.
Quando assumiu o governo do Distrito Federal, Ibaneis fez promessas e anunciou que realizaria as obras para tornar a ocupação do complexo possível. Essas obras, contudo, nunca saíram do papel.
2021: Complexo onde seria o Centro Administrativo do DF está se deteriorando com o tempo
Linha do tempo sobre o Centrad
2009: Obras do Centrad têm início a partir de uma parceria público privada (PPP) entre o GDF e o consórcio privado formado pela Via Engenharia e Odebrecht.
2014: O então governador Agnelo Queiroz faz a inauguração do espaço no último dia de seu mandato com as obras inacabadas.
2015: Ministério Público (MPDFT) se manifesta contra ocupação do Centrad e não fornece Carta de Habite-se para o prédio.
2015: Governador Rodrigo Rollemberg “desiste” de mudar Executivo para local devido às irregularidades.
2017: Em delação no âmbito da Operação Lava Jato, ex-executivo da Odebrecht João Antônio Pacífico Ferreira, revela que negociações do Centrad foram marcadas por “acordos de mercado” e repasses para caixa dois de campanhas eleitorais.
2017: GDF instaura uma comissão para discutir a possibilidade de anular o contrato de PPP.
2019: Ibaneis Rocha (MDB) assume e afirma que Centrad será ocupado “de um jeito ou de outro” ainda nos primeiros meses de sua gestão.
2019: Ministério Público de Contas (MPC) pede para que Tribunal de Contas (TCDF) barre transferência para Centrad, alegando que mudança não teria vantagem econômica.
2020: Em meio aos impasses do acordo de PPP, Justiça proíbe que o GDF faça qualquer repasse às empresas que construíram o Centrad.
2022: O GDF consegue anulação do contrato com as empresas e PPP é desfeita.
2024: Marcelo Galvão, assessor especial de Ibaneis Rocha, diz em entrevista ao Poder360 que obras para ocupação do Centrad serão iniciadas ainda em abril.
2025: GDF anuncia que até abril o governo vai lançar as obras de ocupação do Centrad.
2025: Em agosto, o secretário de Obras, Valter Casimiro, disse em entrevista ao Correio de Manhã que obras para as vias do entorno do Centrad seriam iniciadas “nos próximos dias”.
2025: Ibaneis diz em entrevista ao Jornal de Brasília, no dia 29 de agosto, que um edital de concessão para ocupar o Centrad seria divulgado pela Terracap “nos próximos dias”.
2025: Questionado pelo g1 no dia 26 de setembro, quase um mês após a declaração de Ibaneis, a Terrapac informou que tais documentos para edital ainda estavam “em produção”.
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