O fim do recesso no Congresso, nesta terça (5), foi marcado por protestos de bolsonaristas por causa da decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Em motins, esses parlamentares ocuparam as Mesas da Câmara e do Senado para obstruir os trabalhos e pressionar pelo que chamaram de “pacote da paz”. No Palácio do Planalto, a orientação foi de tratar a prisão com cautela, sem alimentar o discurso de vitimização do ex-presidente.
O tal pacote inclui a anistia aos golpistas do 8 de Janeiro —e a Bolsonaro, que é réu no caso da trama golpista— na Câmara e um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes (Supremo Tribunal Federal) no Senado. Eles esperam mobilizar o centrão, mesmo com o desgaste gerado pelo tarifaço de Donald Trump, incitado pelo bolsonarismo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse que não cabe a ele nem a ninguém avaliar decisões judiciais. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que o motim é arbitrário e alheio a princípios democráticos. Em meio a bate-bocas e confusões nas duas Casas, nomes da base do governo disseram que a ação bolsonarista é “um atentado contra o Parlamento e uma continuidade do 8 de Janeiro”.
O Café da Manhã desta quarta-feira (6) fala das reações em Brasília à prisão domiciliar de Bolsonaro. O repórter da Folha Ranier Bragon, que acompanhou o dia no Congresso, conta das articulações bolsonaristas para obstruir votações, trata das margens de manobra do Planalto e discute os reflexos disso para governadores e para o STF.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Gustavo Luiz e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.