Aliada do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino, a senadora Ana Paula Lobato (PDT-MA) se filia ao PSB nesta quarta-feira (6) e assume o comando estadual do partido, hoje controlado pelo governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB). O episódio deve acirrar o conflito entre os dois grupos.
Em decisão tomada pela cúpula nacional do PSB, presidido pelo prefeito do Recife, João Campos, a senadora vai ocupar o posto partidário do governador. Em abril do ano passado, ela havia trocado o PSB pelo PDT.
Brandão era aliado do ministro do STF e foi eleito com seu apoio, mas ambos se afastaram após o governador buscar mais autonomia e discordar da proposta para que o vice-governador, Felipe Camarão (PT), assuma o governo em abril e concorra à sucessão.
O petista é próximo de Dino. O governador, no entanto, quer eleger seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), e desistiu do plano de se candidatar a senador para manter seu grupo no comando do estado.
Brandão comanda o PSB estadual desde a desfiliação de Dino para assumir como ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas o governador tem trabalhado ao mesmo tempo para fortalecer o MDB, partido do ex-presidente José Sarney, por décadas o político mais poderoso do Maranhão.
Apesar de ter o MDB como plano A para a candidatura, o governador queria evitar a saída do PSB dos partidos da sua base de apoio e manter a influência sobre a sigla.
Dino foi governador do Maranhão de janeiro de 2015 a abril de 2022, quando renunciou para concorrer ao Senado pelo PSB. Carlos Brandão, então vice-governador, ascendeu ao cargo e foi reeleito há dois anos.
Integrantes do PSB alegam que o governador não está trabalhando para construir uma chapa competitiva para a Câmara dos Deputados e, por isso, vão retirar a presidência do partido dele e entregar ao grupo de Dino.
Ana Paula era suplente de Dino no Senado e assumiu a titularidade do mandato quando ele foi nomeado para o STF.
O conflito entre os dois grupos causa dificuldades também para o presidente Lula (PT), que vê sua base rachar no estado e abrir espaço para a oposição.