A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu, da prisão, para que influenciadores bolsonaristas façam uma campanha por comentários nas redes do ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, para pressionar por alguma decisão em seu benefício.
O recado, enviado pela parlamentar a familiares no último dia 2, foi endereçado ao ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo e ao bolsonarista Allan dos Santos.
“Tenta fazer uma campanha para as pessoas comentarem no perfil dele e pedirem por mim, fala com Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para ajudarem o público dele”, disse a parlamentar na carta obtida pela Folha.
Zambelli também lembrou, na mensagem, que está nas mãos de Nordio a palavra final sobre o processo de sua extradição para o Brasil. Caberá ao ministro da Itália acionar os canais diplomáticos para verificar se o pedido do Brasil está formalmente correto e se há acordo de cooperação entre os dois países.
A parlamentar ainda afirmou que espera que o ministro lhe dê alguma decisão favorável antes da sua próxima audiência de custódia, marcada para o próximo dia 13, quando a prisão poderá ser reconsiderada.
O advogado da deputada no Brasil, Fabio Pagnozzi, não quis comentar o pedido, mas afirmou que está confiante de que o ministro da Justiça poderá negar o pedido de extradição, conceder a liberdade da parlamentar, ou medidas cautelares.
Nesta quarta-feira (6), foi divulgada uma outra carta escrita à mão por Zambelli na qual diz estar “forte e corajosa” e que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”.
A mensagem foi publicada nos perfis no Instagram do filho da parlamentar, João Zambelli, de sua mãe, Rita Zambelli, e do seu advogado, Fabio Pagnozzi. Cerca de uma hora depois, as publicações foram deletadas das redes.
“Aos brasileiros de todo o mundo, a vida é um grande milagre, mas o maior presente para as nossas vidas é a liberdade para vivermos para nossa família, seja a de sangue ou aquela que elegemos”, dizia ela no texto.
No início deste mês, a Corte de Apelação de Roma determinou que a deputada federal continue presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de 1 a 2 anos, segundo especialistas.
Zambelli foi detida no fim de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela foi enviada para o presídio feminino Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total.
A ordem definitiva de sua prisão Zambelli foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em junho, quando a deputada já estava foragida.
Moraes então ordenou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição, com base no tratado firmado entre Brasil e Itália. A decisão previa ainda a perda de seu mandato parlamentar, com comunicação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão e à perda do mandato, em 14 de maio, por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.
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